ODS 13 | Ação Contra a Mudança Global do Clima

"Adotar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos"
Na Amazônia, mulheres sentem primeiro os impactos das mudanças climáticas, mas também lideram as respostas. São guardiãs de saberes que protegem florestas, rios e vidas. Com criatividade e resiliência, plantam soluções para os desafios ambientais, transformando vulnerabilidade em força. Na voz e na ação dessas mulheres, a luta pelo equilíbrio do planeta ganha raízes profundas.
GUARDIÃS - por KA MIRANDA
Guardiãs é uma obra de Ka Miranda, artista preta, periférico e amazônida com  mais de dez anos de atuação no graffiti, cuja trajetória é marcada por retratar  temas que afetam sua região. Desde a infância, Ka demonstra sensibilidade para  questões ambientais, tendo vencido um concurso de desenho na escola com a  mensagem "Preservar para não faltar". 
A obra ganha vida com uma composição vibrante e simbólica que exalta o  protagonismo feminino amazônida na preservação do planeta. Ao centro, uma  mulher indígena segura o globo terrestre em suas mãos, que reluz com  esperança, representando a força ancestral e a responsabilidade compartilhada  pela Terra. Ao redor, cenas impactantes mostram como lutas contra o  desmatamento, a poluição dos rios e a seca, com destaque para uma mulher  parda à esquerda, simboliza trabalhadores da coleta reciclável, associada ao  boto nadando contra o lixo nos rios, e uma mulher negra à direita, com o chão  rachado ao fundo, simbolizando os efeitos da seca. 
Guardiãs combinam técnicas mista, com destaque para o spray e stencil, que  dão à obra um estilo marcante e contemporâneo. As figuras femininas foram  criadas com traços que remetem ao vetor, conferindo precisão e modernidade  aos personagens, enquanto o uso de stencil adiciona texturas e detalhes únicos. 
A escolha do papelão reciclado como suporte foi transformado para simular uma  tela tradicional, unindo arte e sustentabilidade. Essa abordagem, além de  fortalecer a conexão com a temática ambiental, demonstra a habilidade de Ka  Miranda em integrar materiais reciclados ao processo criativo, evidenciando sua  preocupação com o impacto ambiental e a valorização de recursos acessíveis. 
A predominância do verde associa a criação ao ODS 13, expressando o  chamado por ações globais e locais para proteger o planeta. 
Guardiãs é mais do que uma obra de arte: é um manifesto sobre a importância  da Amazônia e o papel das mulheres como guardiãs das florestas, águas e  territórios em um planeta que clama por justiça ambiental. 
Guardiãs e ODS 13 – Ações Contra a Mudança Global do Clima 
A luta contra as mudanças climáticas é uma batalha que encontra nas vozes  femininas uma força fundamental. Mulheres indígenas, negras e urbanas,  protagonistas de uma resistência enraizada em sabedoria ancestral e  conhecimento empírico, estão à frente de iniciativas ambientais que buscam  reverter os danos causados pela poluição, queimadas e secas. Elas são guardiãs  das florestas, das águas e da terra, e sua liderança é essencial nas políticas de  adaptação às mudanças climáticas. 
Na Amazônia, as mulheres indígenas carregam nas veias o conhecimento  milenar de preservação da floresta, lutando contra a devastação e a exploração  predatória. Enfrentam as queimadas que destroem seus territórios e ameaçam 
sua cultura, mas também defendem soluções sustentáveis que protegem o meio  ambiente e suas comunidades. Com sabedoria e determinação, elas se tornam  porta-vozes da natureza, unindo suas forças para preservar o que é sagrado. 
Mulheres negras, que sentem o peso histórico da desigualdade, sofrem de forma  desproporcional os impactos da crise climática. Elas, no entanto, transformam  essa realidade em ação, engajando-se em movimentos de justiça ambiental e  combatendo a poluição que afeta suas comunidades. São vozes de resistência,  onde a falta de infraestrutura agrava os efeitos das secas e inundações. Essas  mulheres, com resiliência e coragem, apontam caminhos de justiça e equidade. 
Nos centros urbanos, as mulheres também se destacam como líderes em  iniciativas de reciclagem, redução de resíduos e preservação de espaços verdes,  conscientes de que suas ações locais têm impacto global. Ao unirem esforços,  tornam-se exemplos de que a luta contra as mudanças climáticas precisa de uma  perspectiva inclusiva e diversa, onde a equidade de gênero e a justiça ambiental  caminham lado a lado. 
Essas mulheres são farois de esperança, mostrando ao mundo que um futuro  mais sustentável só será possível com a inclusão de suas vozes. São as mãos  que plantam, os pés que percorrem as trilhas da resistência e as vozes que  clamam por um planeta mais justo e saudável para todas as gerações.
RAÍZES DA RESISTÊNCIA: VOZES FEMININAS DA AMAZÔNIA (QUADRÍPTICO) - por IRENY NUNES

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